A força que vem do baru: bioativo é excelente aliado na nutrição esportiva
Empresário e ultramaratonista fã da castanha do Cerrado como suplemento para as provas extenuantes se tornou parceiro da Bio2Me para ampliar o mercado para o superalimento
A história do empresário João Pedro Coimbra Nogueira Neto, 51 anos, com o baru começou de forma curiosa. Ele, que é português e mora no Brasil há 15 anos, também é atleta dedicado a triatlos e provas de ultradistância, acima de 90 km.
Assim, passa horas ouvindo podcasts sobre saúde e superação enquanto treina. São ao menos 14 horas semanais absorvendo informações sobre como aprimorar sua performance.
Em um episódio de um podcast norte-americano, ele ouviu falar pela primeira vez do baru, um fruto seco incrivelmente rico em nutrientes.
O ano era 2018 e encontrar informações sobre o baru não era tarefa fácil. A cada pesquisa, porém, JP, como é conhecido, se surpreendia com os benefícios que o fruto oferecia: uma noz rica em proteínas e nutrientes extremamente benéfica para a saúde.
Nos Estados Unidos, o produto já começava a ganhar fama, mas no Brasil, ninguém ao seu redor parecia conhecer essa joia da natureza.
“Encontrei pela internet e passei a consumir todos os dias. Passou a ser meu snack de meio da manhã ou da tarde”, conta.
De fato, além de deliciosa, a castanha de baru, apresenta uma série de vantagens para a saúde. Rico em nutrientes essenciais, como ferro, ômega 3 e 6, além de fibras, o baru contribui para a redução do colesterol “ruim”, auxilia no processo de perda de peso, combate a anemia e retarda os sinais de envelhecimento precoce.
O baru ainda tem mais de 20% de proteína em sua composição nutricional, sendo mais proteico do que as castanhas de caju e do Pará.
Com todos esses atributos, JP se tornou um verdadeiro entusiasta, acreditando no potencial desse superalimento. A relação com o baru, no entanto, não ficou restrita ao consumo.
Da dificuldade para encontrar o baru a investidor do bioativo
A história fica ainda mais curiosa ao conectar o empresário e maratonista a dois empreendedores da área de tecnologia que estavam começando a produzir… baru.
João Pedro Neto conheceu Claudio Fernandes e Marcio Campos, os criadores da Bio2Me, ainda em 2022 a partir de uma reunião de trabalho entre as empresas de tecnologia de JP e Claudio.
“E ele conta que estava migrando de área, para investir num bioativo do Cerrado de grande valor nutricional. E eu estava comendo baru na reunião! Uma grande surpresa! Virei fã e acabei por virar sócio”, recorda JP.
A Bio2Me atua em toda a cadeia da produção de bioativos do Cerrado, como baru, fava d’anta e baunilha – da produção de sementes e mudas, cultivo e manufatura desses ingredientes até sua comercialização para outras indústrias e para o consumidor final.
Por meio da Vista, um dos seus negócios, o baru chega às gôndolas de empórios e supermercados no Brasil e é exportado. E o objetivo é ampliar muito o mercado nos próximos anos com uma produção em escala – e levar para muitos o que João Pedro Neto tinha tanta dificuldade em encontrar alguns anos atrás.
Além de prático, o baru também é uma opção saudável em um mundo cada vez mais preocupado com o excesso de alimentos processados, reforça Neto.
Para ele, o baru é apenas o início de uma revolução alimentar que está por vir, não só no Brasil, mas em todo o mundo todo. Assim como já aconteceu com as tecnologias e gadgets de saúde, ele está convicto de que, em breve, o baru e outros alimentos naturais ocuparão um lugar de destaque na dieta das pessoas preocupadas com a saúde.
E com um manejo sustentável, que ajuda a manter áreas conservadas com mata nativa, pode ser parte da solução para os impactos ambientais no campo.
Com o mundo despertando para os benefícios das superfoods, Neto acredita que o baru ainda vai ocupar um lugar de destaque, especialmente por ser um produto natural, acessível e brasileiro. “Nosso futuro como pessoas saudáveis passa por aqui”, reflete.
Suor e baru: ultradistâncias exigem energia extra
A experiência de João Pedro Neto como corredor de provas longas o torna ainda mais criterioso com o que ingere. Além de participar de provas como o Comrades, uma ultramaratona de 90 km na África do Sul, e o Patagonman, um Ironman extremo no sul do Chile, em que ele nada, corre e pedala, JP encara desafios como a Extremo Sul, uma corrida de 220 km pela praia de Cassino, no Rio Grande do Sul, a maior praia em extensão do mundo.
“Em qualquer prova de ultradistância, levo o baru no bolso, junto com outros frutos secos e carboidratos. A cada 40 minutos, alterno entre um gel e uma castanha de baru, porque não consigo ficar só com aquele excesso de açúcar dos géis. É um fruto seco que realmente faz bem, e o melhor: é fácil de consumir”, ensina.
Essas provas, que testam os limites físicos e mentais, exigem uma preparação cuidadosa. Para JP, o baru não é apenas um alimento, mas uma ferramenta essencial de resistência e nutrição.
Mas a castanha não é usada apenas como suplemento para as provas. No dia a dia, ele também mantém o hábito de ingerir castanhas de baru por considerar o alimento rico em nutrientes e muito saboroso.
“Não enjoa como outros frutos secos. Já experimentei amêndoas, castanhas, caju, mas de todos, o que menos me cansa é o baru”, conclui.