Um hub para divulgar o Cerrado
Novo blog da Bio2Me quer ampliar o conhecimento sobre as riquezas do bioma.
Você sabe o que são bioativos? É possível que você já tenha ouvido falar de uma castanha parecida com a vizinha do Pará que vem ganhando mercado por conta de seus nutrientes. Mas você sabia que um hectare de área de cultivo do baruzeiro – a árvore nativa do Cerrado que dá origem à castanha de baru – pode render mais que o cultivo da mesma área com soja?
Esse rentável modelo de produção agrícola – que ainda ajuda a conservar a vegetação nativa e recuperar áreas degradadas – é o foco da Bio2Me.
A startup, criada em 2022 pelos empreendedores Claudio Fernandes e Marcio Campos, pretende demonstrar para investidores, produtores e comunidades locais, que a riqueza biodiversa é uma fonte de geração de rendimentos que combinam retorno financeiro e conservação de grandes extensões de terras de vegetação nativa.
E este blog pretende ser um espaço não só para retratar essa jornada, como também para ajudar a levar mais longe o conhecimento sobre o Cerrado.
Segundo maior bioma da América do Sul e ocupando quase um quarto do país, a área concentra uma rica biodiversidade. A região, que é essencial para a produção de alimentos e para a economia brasileira como um todo, também é, como a região amazônica, um importante sumidouro de carbono com papel relevante na mitigação dos efeitos cada vez mais extremos produzidos pelas mudanças climáticas. O bioma forma ainda as cabeceiras dos principais rios que abastecem boa parte do país, incluindo algumas de suas cidades mais populosas.
Metade de sua extensão está ocupada pela produção agropecuária. Construir novas soluções que possam equilibrar proteção ambiental com geração de renda e segurança alimentar são pontos estratégicos para manter todos os atributos da região.
“Sabemos o valor da mata nativa e podemos ser um hub que dissemina o valor do Cerrado e seus produtos. Nosso objetivo é levá-los para todos os cantos do Brasil e até fora dele”, afirma Fernandes.
O Cerrado, os importantes bioativos e seus benefícios devem ocupar não só este espaço, mas também nossas redes sociais e apresentações em eventos e rodadas de negócio.
Muitas pessoas que vivem fora da região ainda desconhecem os frutos, as castanhas e as muitas outras espécies lá cultivadas. Tampouco sabem dos benefícios e das muitas maneiras de utilização desses ingredientes – uma barreira a ser superada para ampliar o mercado para bioativos.
Há uma série de aspectos que podem e devem ser mais destacados, desde a oferta de mudas de qualidade na escala necessária para viabilizar o aumento da produção – hoje quase que exclusivamente baseada na extração artesanal – até uma maior conscientização por parte dos produtores rurais, no sentido de que suas áreas conservadas e de reserva legal podem ser, sim, fontes de renda substanciais, o que terminaria por incentivar ainda mais a manutenção ou a recuperação de áreas de vegetação nativa.
É preciso, ainda, aproximar a indústria desse ambiente, fortalecer a cadeia produtiva (envolvendo os pequenos produtores e cooperativas), criar mecanismos que garantam a rastreabilidade, além de propor ações que potencializem a divulgação e a comercialização de castanhas, frutos e plantas do Cerrado.
“Muita gente olha uma propriedade de vegetação nativa e chama de ‘fazenda suja’ ou improdutiva. Não sabem a riqueza que ela guarda e que, manejada adequadamente, vira renda e gera empregos. É preciso conhecer para valorizar e conservar”, acrescenta Campos.
Assim, este blog vai falar sobre bioativos, finanças sustentáveis, áreas de conservação, agronegócio, tecnologia, mudanças climáticas, educação, cultura local, gastronomia, entre outros temas. E mostrar que investir no Cerrado conservado é um bom negócio para todo mundo.